Os malefícios do tabaco para a saúde capilar são amplamente conhecidos. Para além da nicotina, os cigarros contêm milhares de outras substâncias que podem destabilizar o ciclo do cabelo e comprometer seriamente o transporte de nutrientes para o couro cabeludo. Além disso, o tabaco pode interferir com o sistema hormonal e agravar condições de natureza genética, como alopecia. Deste modo, o hábito de fumar efetivamente pode causar queda de cabelo e agudizar problemas capilares pré-existentes em pessoas geneticamente predispostas.
Principais malefícios do tabaco para o cabelo
Fumar é um vício responsável por inúmeros problemas de saúde, já que um só cigarro pode conter até 7 000 substâncias tóxicas, algumas das quais cancerígenas. Assim, mais cedo ou mais tarde, todos os fumadores irão seguramente sentir os malefícios do tabaco, incluindo os seus efeitos nocivos na saúde capilar. A associação entre tabagismo e queda de cabelo tem sido alvo de diversos estudos clínicos e, apesar de cada fumador reagir de forma diferente, os problemas capilares mais comuns derivados deste vício consistem em:
Perda de densidade capilar
O tabaco comprime os vasos sanguíneos, dificultando o transporte de nutrientes e de oxigénio até ao couro cabeludo, o que resulta em ciclos capilares mais curtos. Isto impede que os fios se regenerem adequadamente, tornando-se mais finos e quebradiços a cada novo ciclo. Com o passar do tempo, o défice nutritivo, a par da falta de oxigenação, poderá levar a uma atrofia permanente dos folículos.
Aparecimento precoce de cabelos brancos
Os radicais livres que abundam no fumo dos cigarros provocam elevados níveis de stress oxidativo nos melanócitos – as células responsáveis pela pigmentação do cabelo. Como o desempenho dos melanócitos fica comprometido, o organismo não consegue produzir a melanina necessária para manter a cor dos fios.
Agravamento da alopecia androgenética
A alopecia androgenética ocorre porque os folículos capilares se tornam hipersensíveis à DHT (di-hidrotestosterona). O tabagismo pode influenciar os níveis de DHT e, em fumadores predispostos geneticamente, a calvície pode surgir mais cedo. Devido às alterações hormonais induzidas pelo tabaco, a queda de cabelo deverá também ser mais acentuada.
Irritação cutânea no couro cabeludo
Os radicais livres do tabaco, combinados com a falta de nutrientes, podem desencadear inflamações no couro cabeludo, resultando em irritação, comichão, descamação e caspa. Se não forem tratados, estes sintomas podem tornar-se crónicos e causar danos permanentes aos folículos capilares.
Como combater os efeitos nocivos do tabaco no cabelo
Obviamente que a melhor forma de evitar os malefícios do tabaco é deixar de fumar, o que pode revelar-se extremamente desafiante. Por vezes, uma redução significativa do consumo diário pode ajudar a atenuar os sintomas, mas o resultado nunca terá a mesma eficácia de uma interrupção total. Esta medida deve ser complementada com a prática regular de exercício físico, mesmo que moderado, assim como uma dieta equilibrada, rica em vitaminas e antioxidantes.
Para situações mais críticas, será necessária intervenção médica para reverter os danos. Os tratamentos mais comuns consistem em produtos tópicos como Minoxidil, sessões de laser, injeções de corticosteroides ou injeções de PRP. Estes métodos têm-se revelado eficazes na estimulação do crescimento do cabelo, no fortalecimento dos fios e na recuperação da densidade capilar nas áreas afetadas pelo tabagismo.
Transplantes capilares para fumadores
Os transplantes capilares são uma opção bastante popular para preencher áreas calvas e conseguir uma cabeleira densa com um aspeto natural. Uma das clínicas especializadas neste procedimento é a Cosmédica, liderada pelo Dr. Levent Acar, que acumula quase duas décadas de experiência na técnica de extração por unidade folicular (FUE) com micro-lâminas de safira. Este é um material que permite uma cicatrização mais rápida e que reduz o risco de complicações pós-operatórias.
A clínica disponibiliza vários pacotes de tratamento, mas a cirurgia propriamente dita é sempre realizada com recurso a duas técnicas:
- FUE: as unidades pilosas são extraídas individualmente com micro-lâminas de safira
- Implanter Pen: é usado um instrumento semelhante a uma caneta com uma agulha na extremidade para replantar as unidades pilosas. O interior do tubo está revestido com uma camada protetora para garantir que as raízes não se quebram no processo.
Todas as cirurgias são antecedidas por uma avaliação clínica, por forma a garantir que o procedimento é viável. A cirurgia propriamente dita consiste em extrair as unidades pilosas de uma área doadora saudável, que são depois implantadas nas áreas calvas através de pequenas incisões.
Resultados esperados
Os resultados dos implantes não são imediatos, mas são extremamente duradouros. Isto porque os novos folículos levam alguns meses até entrarem no ritmo natural do ciclo capilar, podendo demorar até um ano para ficarem completamente integrados. Contudo, o paciente deve fazer a sua parte e seguir rigorosamente as indicações médicas. Um dos cuidados consiste precisamente em não fumar nas semanas anteriores e seguintes ao transplante. Caso contrário, o processo de cicatrização poderá ficar seriamente comprometido.
Conclusões
A relação entre tabagismo e queda de cabelo deve-se aos efeitos nocivos provocados pelos radicais livres dos cigarros. Estas substâncias prejudicam a microcirculação capilar, impedindo que o couro cabeludo receba o oxigénio e os nutrientes essenciais para o bom funcionamento do ciclo do cabelo.
Consequentemente, os fios não se conseguem regenerar devidamente, enfraquecendo a cada novo ciclo, o que, a longo-prazo, poderá resultar em danos permanentes para a saúde capilar. Felizmente, existem várias opções para reverter a calvície, mas sendo o tabagismo uma das possíveis causas da queda, é crucial parar de fumar durante o tratamento para não comprometer os resultados.